Um grande impasse entre a Prefeitura de São Bernardo do Campo e a empresa SBC Valorização de Resíduos tem tirado o sono dos trabalhadores da limpeza urbana, que foram surpreendidos com a notícia de uma suposta demissão coletiva. Na manhã de quinta-feira (8), o sindicato da categoria, o Siemaco ABC, realizou uma assembleia com os profissionais e já anunciou um “cadastro de empregos”, uma vez que o futuro da empresa é incerto no município.
A polêmica começou logo na segunda-feira (5), quando a empresa convocou a imprensa para anunciar uma possível redução dos serviços e do quadro de pessoal, pois a Prefeitura vem efetuando restritamente o pagamento alusivo à folha de pagamento (salários) dos funcionários e terceirizados, o que torna a continuidade dos trabalhos prejudicada.
Na manhã de quarta-feira (7), a empresa voltou atrás e informou ao sindicato que “por ora as demissões não aconteceriam”. A notável e curiosa contradição da SBC-VR fez com que o sindicato realizasse uma assembleia com os trabalhadores, visando coloca-los a par da situação.
“Ao que tudo indica, a sinalização é mais uma estratégia para pressionar o Paço em uma disputa que se arrasta desde o início da gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB), que abriu processo administrativo para investigar o contrato”, explicou Roberto Alves, presidente do sindicato.
Como o futuro da SBC-VR é incerto em São Bernardo do Campo – diante desse verdadeiro ´braço de ferro´ entre a empresa e a Prefeitura – o sindicato já prepara um cadastro de empregos, visando proteger e priorizar os trabalhadores e associados. “Estamos aqui para garantir os seus direitos e proteger os seus empregos. Vamos cadastrar todos, sem exceção. Caso a SBC-VR feche as portas, a próxima empresa que assumir a demanda da limpeza pública da cidade, poderá contratá-los imediatamente”, afirmou Roberto Alves.
“De um lado a empresa citando uma eventual dívida, que gira
em torno dos R$ 55 milhões; de outro a administração municipal apontando serviços que não foram executados, além de irregularidades no contrato firmado. A única certeza que temos é que não vamos permitir que os trabalhadores sejam usados como massa de manobra”, finalizou.